terça-feira, dezembro 19, 2006

Em companhia


Em companhia
.
No ponto...em ponto,
sem atraso,

nem muita antecipação!
Com passos apertados,
chegando,
Outros, já sentados,
Muitos em pé,

Outros nem aí...

Lá vem,
Alguém estende o polegar,
Na ansiedade de embarcar
No antigo ônibus circular.

Uma Senhora com a criança no colo,
pra lá e pra cá,
num balançar suave e sereno--
pobre pequeno--
não pára de chorar!
Ao lado, um cachorro esgueiro, deitado com suas orelhas caídas,
Coça aqui, coça ali...
parecendo tocar um violão mudo!
Pára o antigo volvo apressado,
já com suas portas escancaradas,
e parte logo, com o último passageiro ainda na porta.

Sobrou apenas o cachorro violeiro e...
eu.
.
.
.
pensando na situação!
Ludiro
24/07/2006

sábado, dezembro 16, 2006

O olho do urubu

O olho do urubu
.
Terra árida, cascalhada,
de serpentes e víboras.
Vagueia a cachorrada,
onde o gado é seco ou largado ao chão,
chifre sobre um esqueleto,
o couro corroído,
ninho de gavião.
Entre espinhos e cactos,
um gibão e o facão.
O sol sacramentando
a pele avermelhada,
boca rachada
em busca da
inexistente plantação.
Onde nasce a vontade
de vencer o sertão,
a sede e a insolação.
Atrás, o cão magro
acompanhando a fraca
desordenada criação
de cabras famintas.
Sinos no pescoço,
alertando o observador
que, à distância, acompanha
em olhos de urubu
o tombar das pequenas
fontes de alimentação.
Ludiro
13/05/2006

quinta-feira, dezembro 14, 2006

À Flor da Pele

À flor da pele
.
Paraíso congestionado pelas flores
Ao sabor dos amores
As que foram
As que virão
Exalam seus perfumes
Seus odores
Doce sedução
Em palavras
Inebriam-me
Embriagam-me
Nesta louca
Louca
Simpática
Dedução
Amor
Satisfação
Viver
Além dessas flores
Entre amores
Nas portas da percepção
À beira
À flor da pele.
Ludiro
29/06/2006

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Um Ser


Um Ser
.
Meus pés,
meu corpo,
minhas mãos,
Minh'alma
Oh! Minh'alma...
todos calejados.
Surrados pelo destino!
Sugados pela ação dos dias!
Palpitante coração,
Sincronizado aos passos,
sufocado pela paixão,
sofrido pela ilusão.
Ora corpo, ora alma.
Ainda...
-- meus dias!
Não um fim!
Minhas palavras,
meus escritos,
minha paz!
Minha vida.
Uma eternidade.
Ludiro
02/08/06

Tú teléfono

Tú teléfono
.

Amiga
Mandame
tú teléfono
"In off"
Con una botella
De smirnoff
Embriagado
Con tú número
Al lado
Llamaré
Y no estaré
Borracho
Con los tragos
Del néctar
Embotellado!
Ludiro
29/04/06

quinta-feira, novembro 23, 2006

Conexão

Conexão
Transporte
Transparente...

Transporto-me a cada instante,
como uma nave espacial,
vôo em todas as dimensões,
numa metamorfose...
pulverizado no ar,
em pequenas gotículas,
suspenso na atmosfera do consciente,
Navegando em cantos desconhecidos,
uns obscuros, outros iluminados,
em raios e relâmpagos,
a luzes solares e astros incomparáveis--
inexploráveis, sem a ciência da imaginação,
invisíveis aos olhares alheios
e translúcidos à minha visão,
dando cores ao destino
desta pura imaginação.
Ludiro
02/08/2006

Antiquário

Antiquário
Navegante de um ponteiro velho
Meus olhos circundam os segundos
do antiquado relógio de parede
à espera do amor passado
no futuro próximo.
Ludiro
19/06/2006

sexta-feira, novembro 03, 2006

Primavera

Primavera
Oh! Primavera
de mar celeste e céu anil,
de campos coloridos
onde vive o cupido.
Anjo belo,
Forte arqueiro,
acertou meu coração esgueiro
sangrando suave amor!
Enquanto o coração sofre
no pranto de quem morre
na velha dor de amar!
Se tu não existisses, oh Primavera!
O cupido não teria morada
e tu não deixarias minha bela apaixonada!
Ludiro
29/09/2006

Briga de dedos

Briga de dedos

Cada pincelada
com os dedos,
canetas, pincéis
e nada mais
desta vida ingrata,
Retrata
um povo que vive no [NÃO!]
sem dinheiro,
nem emprego,
muito menos profissão!
Minha mão...
galgando se vai,
à espreita,
na ponta de uma caneta,
nas cerdas do pincel...
argumentando
o quê?
Meus pés vagam
semelhantes a ela:
Sem destino,
fantasiando
sem solução.
Apenas vou
ou morro!
Ludiro
01/11/2006

quarta-feira, novembro 01, 2006

Cowboy das Letras

Cowboy das Letras

Minha mão,
Montada no dorso
De uma caneta,
Galopando no vale
Vasto de um caderno
Feito um Cowboy
A laçar as palavras.
Arrebanhando as letras
Pelas folhas a fora
E conduzindo-as nas linhas,
Formando a poesia
Na fazenda dos Devaneios.
Ludiro
30/10/2006

quinta-feira, outubro 26, 2006

Nos olhos dos Anjos

Nos olhos dos Anjos
Um anjo,
entre as nuvens do meu olhar,
os escárnios de teus lábios,
o sorriso atrevido,
o gozo da alma,
Uma luz...
pousaste logo ao meu lado e...
acompanhado de mais um anjo alado,
de plumas e vestes alvas,
deixaste-me apavorado
na visão--
torpe e angelical.
Assim ... apaixonado!
De onde vieste?
Das nuvens?
Das estrelas?
Ou de um universo brilhante e desconhecido?
Ah lindo Anjo!
Escultura grega do amor!
Anjo de Afrodite!
Acompanhado do pequeno anjo cupido,
pareado com seu arco bandido
e flechas flamejantes,
acertaste-me em chamas
num grito de quem clama
beijos constantes.
Minh'alma te implora
Anjo malvado!
rasgaste-me o peito,
arrancaste-me o conforto
e deixaste-me no sufoco,
desejando feito louco
o doce de seus beijos.
Olhos de profundo oceano!
Meu corpo profano,
quis mergulhar!
Desejos, delícias e loucuras
dos olhos sem censura a observar.
Anjo safado, anjo sereno.
Trago-te uma rosa vermelha, escarlate, púrpura,
sangue das minhas veias!
Abraça-me forte em teu peito!
Arrebata-me ao inferno
e beija-me, beija-me e beija-me,
envolve-me em tuas asas
aquece-me em tuas plumas
o teu fogo ardente
e , conseqüentemente – [mata-me]
de prazer, de amor!
Ludiro
09/10/2006

terça-feira, outubro 24, 2006

A Encruzilhada

A encruzilhada
.
Acredito em macumba!
É verdade e digo!
Certa vez, passando por uma encruzilhada,
Nem imaginem o que me aconteceu :
Estavam lá
Um delicioso pote de amendoim japonês,
E uma bela garrafa de whisque escocês...
Não pude evitar --
Peguei a oferenda sagrada,
Não sei a quem era destinada,
Também nem pedi permissão.
Ali começava a confusão.
Abri aquela garrafa
Que ao prazer me convidava,
o amendoim como tira-gosto ,
Bebia à cowboy mesmo,com voracidade,
Não ia querer gelo no despacho!
No começo tudo bem, só felicidade,
Mas depois da décima nona golada ,
A boca cheia de amendoim, travada...
Isso é obra de espírito macho!
coisa estranha acontecia... algo inexplicável--
simplesmente não conseguia falar nada certo,
Não distinguia nada por perto,
o mundo balançava, minha cabeça girava,
as coisas em minha visão se multiplicavam!
Assustado, larguei rapidamente ,
a garrafa e o pote no chão,
Obviamente, já vazios!
Fui embora tranqüilo, frio!
O pior foi no outro dia...
O danado do espírito engarrafado
Foi embora , pelos ralos, coitado,
Mas não me deixou em paz:
Com uma enxaqueca violenta,
acompanhada de uma sede voraz!
Ludiro
30/04/2006

Afrodisíaca

Afrodisíaca

Dizia cá,
Ao passar por lá,
Afro perfumada,
Flor ingrata,
Presente de Iemanjá,
Desejada por todos
Ao respirar...
Afro(disíaca)
Demente, danada,
Deixando aguçado
Todo olfato,
De fato,
Ao seu passar.
Ludiro
29/06/2006

Colorido da vida


Colorido da vida
.
Minha vida não é colorida,
Mas, também não é preto e branco,
Nem somente o cinza.
Tem as cores da primavera -
Tons leves,
Suave em harmonia;
O calor do verão,
O frescor do inverno!
Ludiro
28/06/2006

sábado, outubro 21, 2006

Pelo dia do Poeta - 20/10


Bom dia!
Hoje é dia do Poeta

e poetando vamos vivendo,
vivemos o sonho
Sonhando, fantasiamos as letras
Adocicamos as palavras
vivendo a poesia
Hoje é dia do poeta

E viva a poesia
A alma do poeta
A pura alegria
Vivemos fantasiando
Fantasiando a poesia!
Ludiro
20/10/2006


Poeta

Com alegria ou tristeza
Transforma tudo em beleza
Transcende o nosso sofrer
Pinta com belas palavras
Os quadros que adornam a vida
A música que embala os sonhos
A magia que faz reviver!

-- Benvinda Palma

arquivo x


poeta
é o agente das letras
com pés na Terra
e a cabeça em outro planeta

repleta
de et ceteras

-- valéria tarelho

O Poeta

A mágica do cérebro, “D’ alma e da ligação maior, Menor”.
Do mistério da mulher,
Dos desejos infinitos do homem,
Dos grandes mestres, a filosofar.
Pelas lagrimas da saudade, de amadas deusas,
Musas, e Apolos, sonhos, primordialmente superior a vontade.
Espírito de ouvinte, respeito e obediência a
Exaltação mais intima do ser.
Heróis, sonhos,
Sábios, poderes mágicos, flores, luzes, encanto,
Tudo conspirando e criando o
Poeta

-- Dora Dimolitsas

Consagrando-te
Ser poeta
é saber que não existe
encarnado
na terra
o seu ideal
mas poder
inventá-lo
alegre
ou triste
tão humano
que nem pareça
irreal
Ser poeta
é ter sempre
a pena em riste
molhada de riso
ou pranto
amor fatal
Que cria
teima
sonha
imagina
e insiste
que a musa
que o inspira
é sem igual
Sinto
que encontrei
um mundo
ausente
forjar
etéreo sonho
da ideal criação
Nascida
no crisol
da minha mente
divina luz
imagem
da minha ilusão
Em versos
cinzelei-te
e revelei-me
E reverente
o assunto
eu te consagro
em oração
By Maha®©

O poeta e a musa
-- Fatima Dannemann

O poeta canta sua musa
como se buscasse
um sonho
Para o poeta,
a musa
é um ideal
de ser humano
inalcansável.
O poeta considera
sua musa
um ser de sonho.
E se desperta
do clima onírico,
rompe-se a miragem,
dissolvem-se os versos,
acaba o encanto.



poeta é um fingidor
-- Fernando Pessoa

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.


Ser poeta
-- Florbela Espanca

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
É não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!



Depois de tantas poesias dedicadas ao Dia Internacional do Poeta e da Poesia, restou-me pensar no licor que o Bacca esta nos preparando para o XV Congresso Brasileiro de Poesia, um licor cheio de magias poeticas, pois o poeta Bacca preparou num modo que só dá poesia!

Leia no link abaixo:
Colher Pitangas

Licor de Pitanga



quarta-feira, outubro 18, 2006

Mundo cão

Mundo cão

Dia de cão,
Noite de gatos,
Mulher nua...
Exposta na rua,
realidade crua,
Poderia ser a sua!
E vamos nós...
À margem, à mercê.
No vazio... vagando.
E os pobres coitados,
Sujos, rasgados,
Maltrapilhos, maltratados,
Miseráveis, desdentados,
Vivendo sei lá do quê.
Amando... odiando,
Se matando, sobrevivendo,
Calculando... desistindo
Do vazio do viver...
Crianças descalças,
Barriga vazia,
Sem ter o que vestir,
Sem brinquedos para distrair...
A fome!
Neste frio sangrento,
Neste cubículo nojento...
Em meio ao fedor de fezes, urina
Sem a água abençoada, cristalina..
Vermes devorando a barriga,
A mãe de barriga cheia...
aflita, vida maldita!
Sorrindo pra não chorar...
Eis a mentira do acreditar!
Pássaro Ludiro/Benvinda Palma

Geada

Geada

O vento bradando
Livre e solto
em seus cabelos.
O frio e o leve cheiro
das últimas folhas
dos belos platanus
que tocam o chão
com plena ternura,
em contraste
com a alva geada campestre.
Ludiro
13/09/2006

terça-feira, outubro 17, 2006

Construindo-me


Construindo-me

Pinte-me!
Faça meu ser em sua visão,
Esculpindo-me em seu suave tato--
dê vida ao meu coração.
Artista da minh'alma...
Vá tecendo cada sorriso
em minha face,
num disfarce
não oculto,
nem se oculta
num vulto.
Faça-me,
rabisque-me
e me torne sua obra de arte.
A Estrela Cadente,
Cauda do Cometa,
A face de Marte
Um repique
rebate e...
mate-me
eternizando-me
na tela de sua poesia.
Dos pincéis , sua magia...
em papéis, minha alma,
minha vida.
Ressuscita-me
para o mundo.
Sou argila
da sua obra vida.
Uma constituição:
pintura, foto, escultura e...
uma doce poesia!
Ludiro
17/10/2006

segunda-feira, outubro 16, 2006

Mutilado

Mutilado
.
Do meu corpo mutilado
Dou um pedaço a você.
Meu coração explode
No pulso,
Doce impulso,
Leve fantasia.
-- Leve-me!
O pedaço do meu corpo
Dilacerado que te dou,
É uma poesia!
Ludiro
16/10/2006

quarta-feira, outubro 11, 2006

Epitáfio


Epitáfio

Por amor à amada,
deixo as boas lembranças
e este amor, enfim, dividido.
Por amor à terra,
entrego-me ao seu bel-prazer.
Por amor ao céu,
agora posso voar,
deslizar sobre suas nuvens,
enfim,
estar entre as estrelas!
Ludiro
20/08/2006

terça-feira, outubro 10, 2006



Fotos do XIV Congresso Brasileiro de Poesia!
Clique AQUI!!!

quinta-feira, setembro 28, 2006

Visão


Visão

Hoje fui capaz
de ver seus olhos
além da imaginação!
Eram tão reais...
que meu coração
os clamava de joelhos
para que se aproximassem.
O peito palpitava,
Respirava profundo.
Acordei...
seus olhos nos meus.
Senti
o toque de seus lábios
e percebi que estou vivo...
Além da imaginação,
anseio com intensidade
esta prazerosa
visão!
Ludiro
04/05/2006

Convite para o XIV Congresso Brasileiro de Poesia - Bento Gonçalves-RS

Antologias paticipadas

domingo, setembro 24, 2006

O monumento

O monumento

E lá estava ela,
Linda e donzela.
Parada,
Estática,
Em seu movimento congelado,
Olhando o céu
Com seu braço sobre o rosto,
Como quem faz sombra aos olhos.
Buscando no infinito
O encontro da divindade.
No rosto um suave sorriso.
Seu escultural corpo
Num charmoso vestido,
Atraente e decotado,
Com seus lindos seios
Aflorados e exuberantes
Onde os pássaros,
Pousados em seu braço,
Os sujavam.
Ludiro
02/05/2006

quarta-feira, setembro 13, 2006

Antologia "Poetas do Café" - Vol. 1

Capa e contra-capa

Lançamento na noite de 02 de Outubro de 2006, Bento Gonçalves-RS durante o XIV Congresso Brasileiro de Poesias.

Orkut: Café Filosófico "Das Quatro".
CF4

domingo, setembro 10, 2006

Observador

Observador

Da janela do meu quarto
Vejo o verde,
Onde nem sempre é verde.
Contemplo o céu,
Que nem sempre é azul...
E percebo que quem observa
Nem sempre sou eu.
Ludiro
28/06/2006

Lembrança


Lembrança

Minhas lágrimas
Inodoras e
Salobras,
Recordam-me
O gosto
Do seu corpo
Em momentos
Delirantes
Ludiro
07/06/2006

Enquanto a hora não chega


Enquanto a hora não chega

Enquanto a hora não chega,
esmigalha o tabaco
com seu velho canivete,
preparando na palha de milho,
o fétido cigarro moído,
embaixo do seu chapéu,
tipo mexicano,
riscando um palito de fósforo,
acendendo e fumegando.
Sentado na cadeira,
onde se balanceia,
com o seu bigode branco
e sua camisa desabotoada.
Com suas pernas finas e fracas,
os pés descalços,
auxiliando o balanço.
Em suas mãos atrapalhadas,
segurando o cigarro,
fumo em corda
e seu canivete,
espera a hora chegar...
Para passear com seu neto
no velho corvette.
Ludiro
13/05/2006

segunda-feira, setembro 04, 2006

Volume 4. Antologia do XIV Congresso Brasileiro de Poesia

Capa e contra-capa
Lançamento na noite de 05 de Outubro de 2006, Bento Gonçalves-RS.

XIV Congresso Brasileiro de Poesia

sábado, agosto 19, 2006

Indice da Luz Poética:

Poesias:
Só você (Co-autoria: Benvinda Palma e Ludiro)

quarta-feira, agosto 16, 2006

Antologia Poemas Dispersos - Volume 2

Capa

Poemas Diversos

Organizado por Elenilson Nascimento.
Prefácio por Antonio Naud Júnior.

Texto de Contra-capa por Ludiro:

Entre muros e paredes, sombras e grades, escondem-se as prostitutas palavras, como fantasmas, lendas poéticas, meras almas penadas, entregues por migalhas aos olhos adúlteros e leigos do leitor, à busca perdida, num grotesco mundo onde as imagens se corrompem aos governos abalados e medíocres, e em estabelecimentos de ensino sem incentivo. Por saberem que já tiveram vidas alegres, ocupadas com tantos objetivos certos, sofrem e lutam atrás do que lhes pertencera: os séculos, suas vidas milenares, decididas nas histórias como vencedoras e agora como “vencidas”. E estas malucas palavras, saem em busca de amantes fiéis e indispensáveis que as tratem decente e docemente como eram por seus súditos em realezas, altivadas como rainhas literárias.

O poder destas não findou, mas, preparadas e mais fortes em magias poderosas, esperam o momento certo de entrar em ação e sair do triste vale sombrio de concretos e grades, onde os animais têm formas humanas que buscam a destruição do reino literário: alienados vampiros que sugam a seiva culta e rica de energias filosóficas e culturais, deixando o mundo "caótico” e desprovido da ciência.

Seus momentos estão marcados para serem disseminados nos quatro cantos do planeta, devolvendo o devido lugar das merecidas princesas que aguardam suas coroações como rainhas da imaginação.

Reunidas em “Poemas Dispersos”, fazem suas últimas estratégias de ataque aos corações esquecidos e adormecidos, com unhas e dentes, para a conquista de suas regiões, entrando em marcha contra o seu esquecimento, apodrecimento, ante a mais poderosa batalha poética, ante o discernimento intra-ocular das cabeças crentes na sabedoria, conquistando, ocupando e mantendo o território vago e oculto de massas pensantes, destruindo a ignorância e acendendo um sol poderoso -- a luz poética -- uma arma infalível na ação, a arma intelectual que transporta o cavaleiro leitor aos horizontes, nos quatro cantos do mundo, na dimensão do universo infinito, no qual o raciocínio imaginário pode cavalgar.

Após esta conquista merecida há décadas, o mundo da literatura voltará a ser cultivado, produtivo e rico em imaginações encantadas, com uma colheita de novos frutos alados por desbravados leitores, galopados por seus belos cavalos de porte chamados livro. Os garimpos darão jóias preciosas com um nome em comum chamado poesia!

Por ^^Ludiro^^

domingo, agosto 06, 2006

Alma Selvagem

Alma Selvagem

Trancado,
Dentro deste corpo,
Fico louco,
Tento inutilmente
Estourar,
Rasgar
As vestes
Que me recobrem.
Acobertando-me,
Escondendo-me,
Numa voraz e
Ousada loucura
Da alma selvagem.
Querendo pular pela boca,
Saltar da garganta
Em gritos,
Escapando
Desta falsa visão
De tudo certo,
Onde ao menos,
O grito abafado
Sai pelas narinas
Em protesto
Por um Brasil melhor!
Ludiro
04/05/2006

domingo, julho 30, 2006

Desejo II

Desejo II

Preciso envolver-me
No aconchego dos seus braços,
Quero navegar
No mar do seu beijo...
Deixa-me
Sonhar na imensidão
Do seu desejo,
Permita-me
Mergulhar
Nas águas profundas
Deste amor,
Conduza-me
Nas correntezas
Deste rio perene,
Abduza-me,
Eu clamo!
Domina-me,
Acalmando-me na canção
Do envolvente som
Das batidas do meu coração,
E, dançando...
Aos passos,
Te acompanho
No infinito horizonte tremular...
Nos raios solares
Deste amor sem explicação
Ludiro
27/04/2006

Asfixiando-se

Asfixiando-se

Um cigarro,
O beijo,
Um Escarro,
Um pulmão
Sufocado,
De alguém
Mal- amado,
Asfixiado
Pela agonia
Do amor--
Desesperado,
Mergulhado
Em centenas
De Cigarros!
Ludiro
29/04/2006

quinta-feira, julho 27, 2006

Partida


Partida

Não dá mais!
Meus passos
Se findam,
Mal posso ver-te,
Estou morrendo!
Te deixarei
Na imensa escuridão!
Estou deixando-te,
Abandonando-te,
Não porque queira,
Mas preciso partir.
Triste,
Tosco e fraco,
Quase morto,
Morrendo no sufoco,
Trêmulo
E vazio,
Sem calor,
Deixo-te no frio!
Não posso mais
Proteger-te!
Envolver-te!
É o meu fim
Findando,
Sem pena de mim
Que sou grande,
Belo,
Forte e radiante,
Afrontando a morte
Inspirando-te.
Agora
Resta-me nada,
vou devagar.
Indo embora
Apagando-me,
Na morte infeliz
Do entardecer,
Lutarei
Com todas as minhas forças,
E, ao outro lado,
voltarei
Com imensa energia
Brotando ao solo fértil!
Seu astro predileto,
Prometo,
Ou não me chamo SOL
Ludiro
27/04/2006

A frase

A frase

Quero sentir e não acreditar,
sentir tua felicidade me encontrar,
sentir em teus sorrisos
a felicidade do amar,
Viver ao teu lado,
Sem te ver chorar.
Tua alegria,
teu olhar,
comunhão
casados com o sempre,
Com a alegria,
não somente em momentos,
em alguns dias,
mas a todo instante.
É estar triste,
mas, ao mesmo tempo feliz,
por superar a tristeza,
quando esta estiver presente,
Unicamente,
Feliz,
Tão feliz
que meu corpo
responda a cada respiração
e te clame,
te chame,
grite por tua presença.
Teu colo,
Tua paz,
minha paz,
você,
Te amo,
muito mais que amar,
além do amor,
além desta distância,
além da minha vida!
Simplesmente,
te amo,
a ponto de correr
contra os ventos,
gritar mais alto
do que minha garganta possa suportar,
Que meu peito se estenda,
a pondo de vibrar
no sibilar
da frase...
Te AMO!
Ludiro
26/04/2006

Além mar



Além mar

Meus olhos perdidos,
Sentado à beira da praia ,
Vejo um veleiro
Sendo engolido pelo horizonte.
Com lábios encantados,
Em batom azul,
Céu e mar,
Ouço a mais bela
Música oceânica.
O som do quebrar das ondas
Que avançam molhando meus pés...
Nesta imaginação,
Além mar ,
Onde fico a sonhar
No aperto cardíaco,
Navegando junto ao veleiro
Onde juntamente sou sugado
Pela garganta atlântica ,
Viajando em profundezas
Desconhecidas ,
Aonde minha visão vai,
Sem rumo,
Ao encontro
Da doida realidade!
Ludiro
03/05/2006

quinta-feira, junho 29, 2006

Sobrepor

Sobrepor
Belo sobre belo,
Dor por dor,
Pudor sem rancor,
Preces, maravilhas,
Sul, norte,
sem morte -
Abrasador!
Encanta e perfuma,
Mares lúbricos,
Lábios súditos,
Mais que...
Sede(ntos)
Estar fora ou estar dentro...
Acordar sem dormir,
Ou dormir acordado!
Ludiro
29/06/2006

Transporte

Transporte
Lata
Plena de água
Carregada sobre a cabeça
Pintada por cabelos brancos,
Onde a água escorre
Lavando sua fronte,
Refletindo de longe
A luz do sol
Que em seu rosto
Presenteia a cegueira.
Mãos calejadas,
Pernas esgueiras,
Pés rachados.
Inchados.
A cada passo,
Um pouco de poeira
Na bainha do seu vestido,
Sujo, surrado e rasgado.
Uma infeliz trabalhadora
Que passa
Levando
A água sobre sua carcaça,
No sustento de pequenos alentos,
dentro de um barraco,
Desidratados,
Sem alimento!
Ludiro
07/05/2006

segunda-feira, junho 12, 2006

Sonhos

Sonhos

Transbordam
Afogam-me
Em lágrimas
Que traçam
Meu rosto
Formando desenhos
Desconexos
Sem sentido
Misturados ao suor
Do corpo cansado
Deixando encharcadas
As vestes da minh'alma
Nas profundezas
Do sonho
Angustiante
Onde
Acordei
Sem
Fôlego
Ludiro
27/04/2006

Cata-ventos

Cata-ventos

Circundantes,
Sobre seus eixos,
Em delícias.
No cenário,
As carícias
Dos suaves ventos,
Em movimentos,
Num remelexo,
Das cores dançantes.
De tantos cata-ventos,
Muitos participantes,
Neste colorido variante,
Na tarde de sol,
Entre tantas cores,
Muita alegria!
Ludiro
25/04/2006

Perfume

Perfume

Há vários odores,
sabores e imagens.
Cada uma delas
Navega ao encontro
do deleite das lembranças!
O jasmim,
Embriagado na lembrança,
Traz-me o tempo de criança,
Abraçado na alegria,
Em belos brilhantes sorrisos,
Preciosos e precisos.
Outros , trazem em si,
A formosa juventude,
nos namoros e atitudes.
Outros ainda,
recordam os momentos derradeiros,
Alguns embrenhados em felicidade,
Outros, em tristezas...
Têm aqueles,
Cuja essência
Tem sensação,
A presença,
Arrepia e aflora
a paixão na pela e olhos
Porém, um,
apenas um perfume,
me transforma,
Me torna voraz
Feroz,
Seguro e louco:
O perfume
Doce do seu corpo,
O teu cheiro!
Embriaga-me,
inebria-me,
Envolto à sua alma
Transformando-nos
Em um só
Ludiro
26/04/2006

domingo, maio 14, 2006

Só Você

Só Você
Só você pode dar cor aos meus dias.
Preencher minhas noites vazias.
Curar a febre de minhas fantasias.
Só você pode por fim à minha tristeza.
Só você,
Meu norte,
Minha sorte,
Meu farol,
Minha luz,
Meu sol!
Guia que tranqüiliza,
meus passos orientados,
nesta trajetória noite e dia.
Esta carne dolente.
Esta pele fria.
Não estou morto.
Venha aquecer o meu corpo.
Devolver-me a calma.
Engrandecer minha alma,
Meu astro maior,
Satélite regente!
Dá-me o caminho certo,
no meio deste deserto.
Não me deixe assim, carente,
nesta música em minha vida,
com o ritmo de te querer.
Vem, completa o meu viver,
e nada mais, somente....
simplesmente você!
Co-autoria: *Bem-te-vi - Benvinda Palma
Ludiro

quinta-feira, maio 11, 2006

Crônica - AMAR-TE-EI MAMÃE!

AMAR-TE-EI MAMÃE!

Nossos cordões umbilicais não foram cortados. Vivemos constantemente ligados às nossas mães.
Elas partem e não cortam esta ligação divina em que nos apoiamos por toda nossas vidas;
-- "Mamãe!!" a primeira palavra do nosso vocabulário;
-- "Minha mãe!" Primeira coisa que pensamos quando precisamos de algo;
-- "Manheee!!" primeira coisa que gritamos após um susto.
Mãe, mãe e mãe...Mãe isso, mãe aquilo, e lá está a mãe, chamando a atenção do filho que pede atenção.
Esta nossa proteção diária e divina que nos pegou no colo, mesmo quando velhinha afaga nossos cabelos --cabelos estes que, ainda quando brancos, queremos suas mãos enrugadas, trabalhadas a nos acariciar.
Mãe com suas preocupações carregadas de orações, para com o filho que, nem sempre, lembra-se de avisá-la, de se preocupar com o que poderá advir de seu esquecimento, de sua falta de preocupação!
E lá estão elas, ocupadas em nos proteger de algo que possa nos acontecer, abraçadas em suas preces, nas suas conversas diárias com Deus! Assim, óbvio, Deus ouve nosso pedido sempre por último, pois nossas mãezinhas estão lá, rezando tanto por nós, até seus joelhos não agüentarem mais.
Deus as ouve, nos socorre e só depois verifica o que queremos!
Nosso anjo-da-guarda em constante proteção, é esta mãezinha de terno coração!
Mãe, sofrimento constante e amor eterno. Mãe, único e verdadeiro amor, tão grande e cabe perfeitamente neste diminuto coração materno, pequeno por fora, imenso, elástico por dentro!
Mãe mulher, verdadeira, pura, audaz, forte e, eu, apenas um filho, cheio de falhas, que provavelmente muito a tenha feito chorar e sofrer... um fraco, carente, sempre desejoso de seus abraços fortes, quase sem forças!
Filhos, filhos e filhos, não mudam. Serão sempre os que correm para agarrarem-se à barra de suas saias, onde secam seus olhos nos momentos tristes, onde se apegam nos momentos em que caem, sem forças para se recuperar!
Mãe, minha fortaleza, meu ser, minha alma e minha vida!
Mãe, tu deste e daria tua vida por mim! Eu, apenas um filho que gostaria de te dar o maior e mais precioso tesouro do mundo: meu imenso e puro amor acompanhado dos céus, dos mares, das estrelas, do espaço universal. Presentear-te com todas as jóias mais preciosas do mundo!
E, por ser filho, queria poder dar-te a vida eterna para estar ao teu lado e abraçar-te, beijar-te a todo instante.
Que a nossa distância não passe de um simples estender dos lábios para te beijar e receber teus doces beijos a me acalentarem, me encherem de vigor e a me fazerem sentir um homem criança!
Minhas lágrimas mãe, são tuas, por este amor maior que me tens!
Mãezinha, infelizmente, não posso te dar tudo isso, mas o tesouro de Deus posso te enviar em pequenas e singelas palavras, palavras estas que explodem o coração e altivam a alma , te colocando no posto sagrado de mãe!
Este é meu eterno presente, que não tem preço e o tamanho é imensurável:
EU TE AMO TANTO QUE MINHAS LÁGRIMAS ESCORREM!
Deixa-me dar todo o meu amor que não chega a uma fagulha do teu!!
EU TE AMO TANTO QUE MINHAS LÁGRIMAS ESCORREM!
^^Ludiro^^
08/05/2006
Esta crônica é dedicada a todas as mães!
Deixo meus sinceros abraços e o desejo de muitas felicidades por esta data tão maravilhosa!
-- ^^Ludiro^^

segunda-feira, maio 08, 2006

Poesia Concreta 1

A R G U M E N T A Ç Ã O
ARGO AUMENTA AÇÃO
AUMENTA ARGO AÇÃO
AUMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
AMAMENTAÇÃO
DA NAÇÃO
ANAÇÃO
NAÇÃO
AÇÃO
ÃO
Ludiro
05/04/2006

terça-feira, maio 02, 2006

Poemeto da Chuva

Chuva
A chuva
Que surra
Meu rosto
Faz-me lembrar
Quando brincava
Em suas poças
Ludiro
02/05/2006

segunda-feira, maio 01, 2006

Os Rios

Os Rios
Seu sangue em fluxos flui
Dando-te vida viril
Copiando as belezas
De um corpo
Os rios deste Brasil
Pulsando em suas veias
O belo rio Solimões
Que é grande e volumoso
Importante
Não imponente
Fazendo tríplice fronteira
Brasil/Peru/Colombia
Por fascínio da natureza
Ao nosso amado País
Irrigado por diversas veias
Ricas em cachoeiras
O Negro ao Pico da Neblina
Mais parece guaraná
Corre em vertentes lindas
E cheias, desaguando
No Amazonas sem parar
Rico em grandes pescas
Alimentando os índios
O nobre povo da floresta
Vai correndo para o mar
De encontro à pororoca
Um espetáculo de se admirar
O São Francisco no Nordeste
Não traz a seca em troca
Irrigando solo seco
Na produção da tapioca
E o pobre Tietê
Já foi rico o coitado
Agora vive à mercê
Sufocado e poluído
Esperança de não morrer
Mas com apoio e ação
Vai conseguir sobreviver
Paraná de muita força
Gerando muita energia
Paraíba, Verde e Parnaíba
Tantos rios, tanta riqueza
Um espetáculo da natureza
Nestas águas de meu Brasil!
Ludiro
17/04/2006