segunda-feira, março 10, 2008

Inversos


Inversos

Das várias surras
Que levei da vida
Poucas lágrimas arrancaram-me,
mas as poucas más palavras
que me atiraram,
rasgaram-me o peito!
-- Ludiro

sexta-feira, março 07, 2008

Melômano


Melômano

Quem me dera ser poeta!
Uma só poesia que fosse,
tornar-me-ia...
Resolveria o "X" de questão?
A questão seria um "X" senão...
Um número perfeito!
Algarismos que daria em--
um sete melômano!
Ou o emaranhado das cores
de nebulosos amores
numa chuva de verão.
Um sete de Damas...
Ou sete damas!
Melhor que pauladas.
Sete delas basta-me?
Uma cairia bem!
Ou seria muito?
Sete tonalidades teriam minha poesia!
Será este um arco...
De guerreiro que não tenho nome,
a poesia faz meu sobrenome!
Mas guerreiro de carne,
a esta que me consome!
Retiro minhas vestes!
Forte em pestes!?
Arranco a pele--
grito, retorço e saio gemendo...
O sangue escorrendo,
a poesia marcando o assoalho
em pegadas escarlates
dos meus pés descalços
nesta casa velha,
mansão abandonada.
Sim!
Acaso, a casa é a minha literatura?
Não! Ela é nossa!
As páginas lançadas ao vento
é minha pele desabrochada.
Forte? Que nada!!
Minhas palavras
não estão encadeiradas.
Caminham audazes e ferozes
enquanto eu...
eu morro por elas!

-- Ludiro