sábado, abril 29, 2006

Andarilho

Andarilho

Sou homem de pouco espaço
Tenho como companheira a vida
Abaixo do sol, chuva e tormentas
Sinto o chão umedecido em meus pés
E torrenciais sobre a cabeça
Carrego a graça em meu coração
A imagem de Nossa Senhora da Conceição
Nos braços a tralha dos pertences
Coisas meras, de pouca importância
Mas carrego junto a mim,
Pois são cacos de lembranças
Vagueando entre espaços
De tempos e distâncias
Uma viola de cordas e magias
Tocando e chamando a atenção
Para trovas de alegria
No calcanhar de minha vida
Rachado em agonia
Em poeiras levantadas!
Penetrando as sandálias
Perna esgueira, mas fortes sustentando este corpo
Pés carcomidos, andantes pelo mundo afora
De palavras e experiências
Já fiz mais do que imaginam
Na vida de andarilho esculachado
Atravessei o Brasil de lado a lado
Ludiro
14/04/2006

6 comentários:

Anônimo disse...

A poesia de Luciano, no seu sentido mais restrito, parte da linguagem verbal e, através de uma atitude criativa, transfigura-a da sua forma mais corrente e usual (a prosa), ao usar determinados recursos formais - sentimentos escuros - escondidos. Em termos gerais, a poesia de Luciano é predominantemente oral - mesmo quando aparece escrita, a oralidade aparece sempre como referência quase obrigatória, aproximando muitas vezes esta arte da música.

Anônimo disse...

Texto, imagem, som... está cá tudo! Muito bom, no meu entender... Excelente poesia a deste texto. Valdevinoxis

Anônimo disse...

Olá Poeta...
Belissíma expressão!!
Andando pelas partes, é que se conhece novas belezas...e eu estava "andando" pelo site e encontrei esta beleza de texto poético...!!
Parabéns...

A
B
R
A
Ç
O

Anônimo disse...

Belissimo este andarilho...

Beijinhos

Anônimo disse...

Olá, Ludiro.
Tenho um poema de tempos, ao qual emprestei esse mesmo título, mas não se aproxima do seu.
Muito bom, parabéns.
Bjs
Edi.

Anônimo disse...

Bonito Andarilho, farto de passear!
Beijinhos