sábado, março 17, 2007

Slides do XIV Congresso Brasileiro de Poesia - 2006 - Bento Gonçalves-RS


Arte e Imagens by Christina Magalhães Herrman.

Um comentário:

linfoma_a-escrota disse...

Com tantas horas até ao cianeto
é melhor ir beber um café de yopo
porque não costumo e algo deveria sentir;
sou do género que dispensa a distracção
abrançando-me à lidocaína
desta colcha à beira do riacho congelado
ser aceitável, música é que exijo,
do sol desfruto quem o assimila,
reconheço alguém na outra margem
e que diferença faz nada ter a dizer,
colado aos lóbulos frontais
do temperamento febril arregalo
as sombra-celhas, reparará que me
estou a cagar mas, é como se tivesse seu
braço envolvido por pouco no meu ombro,
arrancando os pêlos que crescem
nas crostas das costas de não tomar banho
e adormecer toldado à réptil pelos cantos
de vilas desconhecidas, sempre familiares.

É melhor ir queimar mais um charro
nos telhados dos já agora porque não,
não posso desistir logo não ser, mais,
é desta que articulo atingir o grito símio
do cumprimento entusiasmado,
quando ouvir a harpa dispo-me e
visto o fato florestal do ritual encurvado,
balanceando costelas sobressaídas transpiradas,
dejecto fingido de decadência acomodada
por só partilhar calão com a massa abençoada
que sua de sono mal desabrocha desregrada;
ama todos começando por respeitar-te ou
muitos te cobrarão os tomates e limões verdes
de mais outra sã salada beje esquecida
nalgum carro de celofane ou cabomila – fui
transparente como nas núpcias dum virgem.

Já nem me lembro do canhão adulterado
de à bocado, jurei que existiu, quem conheci e
com quem discorri tratados de ódios comuns
em forma momentânea de revelação ariana,
jamais racista, só para não haver dúvidas aqui,
são minutos que falas contigo mesmo e
nem respondes ao cabeça rapada por configurares
que não vale a pena, quem sou eu para lhe
ensinar que é fácil desdenhar, deveria ter regado
sementes à sua frente, amarrava-o às raízes
para não fugir e ficaríamos a perder os concertos
juntos, à espera que o escravo amordaçado
fosse mudando de cor ante o alimento que
sua família televisiva lhe proporcionaria.

Será bulimia intelectual rivalizar rochinhas
de formas tão simuLacradas? A encostas bravias
queria ir buscar-me a mim soando o
ponteiro que o silêncio conjunto exige, pois
sei que sou Eu quem o contamino, a não
resposta cicuta o equílibrio das paranóias,
se... Por exemplo... Olhe lá... e se
este lenço cheiroso voasse e se peidasse
devido aos pirolitos do catembo
que saltou do bandolim de ethanol
pecaminoso, fala-barato parolo já que
pela boca assobia-se, beija-se, range-se e
improvisam-se monólogos de coros triunfais
revoltados contra comichões violentas
que chateiam o cio da língua amarelada,
no pó sinusite opé do descampado entediado,
imperetrívelmente relaxada e solta
preparando-se, calmamente expectante, que
a paciência escusada construa sua identidade,
para o denovo ansiado serão dos crocodilos
gigantones, com meu cabeludo berrante irmão,
guloso indiferente e revir-a-dor prós polígrafos.

in quimicoterapia 2004

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