segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Aniversário de um ano da Luz Poética


Alucinação

Alucinação

O timbre apertado
suspiro sufocado
Som destorcido
ao vento esquecido
A memória é branca
e a saudade é franca
Digo sim, sim...
pra dentro de mim
Para senti-la
e poder defini-la
Aconchegada
de carinhos mimada
Ao peito cálido
e o sorriso pálido?
Ou estática...
de maneira enfática?
Um peito sem pulso
sentimento avulso
Quero sem perfeição
digo de ante mão
Com ou sem arranhões
gritos em plenos pulmões
Vidas ou vulcões?
Fetos ou embriões?
Não, não sei!
apenas pensei
Será tua vida?
Ou a minha sofrida?
Ou apenas lembranças pequenas
Uma megera em fantasia
ou singela em melancolia
Pronta a enlouquecer-me!
Ávida a querer-me!
Sou trastefica ou se afaste
Mas trate-me
ou mate-me
Sem calcanhar
de Aquiles a espetar
Porém com a pompa
e nunca interrompa
a suavidade de suas pegadas
em minhas memórias já desgastadas
-- By Ludiro & Maha

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Futuro próximo

Futuro próximo

Sentada à sombra
Do coração,
Mergulho as mãos
Sobre as águas do Rio Negro,
Lavo meu rosto
Nas curvas do teu corpo
Num grito sufocado...
Grita a alma o medo do futuro!
Ah! Princesa negra das águas!
Solimões vertiginosa
Perigo assombrando as águas!
E morto está o Rio Tietê
Poluído sob céu de puro gris
O Brasil ido, caído--
E o mundo não me cai exato,
Nem a palavra o encaixe,
E indiferentes às horas consomem...
Cimentados corações que transbordam
A margem dos rios
E estamos condenados a ver
Na linguagem que revê
A beleza antes presente
Ausente, sem som...
Nem a figura se assemelha
Painel que nada recorda
A carruagem ao longe
Alguns bocados de silêncio
O homem a velha sina,
Violando pássaro, água e ar
E no ante desejo afogam-se palavras
O céu se contrai
Na escassa água
Movimentos parciais
Invejado mundo de outrora
E sigo sem contornar
As paredes do céu a minha volta
E o ponto de partida revi
Orgasmos de íris
Paralelos azuis
Na boca que consome
Suor a teu lado.

-- Ludiro e Magaly

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Sentença de vida

Sentença de vida


Há poesia onde quer eu vá.
Em minhas feridas
doloridas e sangrentas,
no que é natural,
no sobrenatural,
no meio de gente
ou estando só
verte a minha seiva poética.
Onde quer que eu vá
existe poesia!
Retalho a palavra
mostro a cicatriz
Poesia é atriz
veste a fantasia,
representa,
mostra brilho
e no disfarce
do que observa, diz.
Poema não é só de ar
é de sentimento, raiz,
de sensibilidade,
de olhar singular
que ele é construído.
Absorvo na alma
as cores da natureza,
o sentido das ações,
a profundeza
do que se sente.
Absorvo na alma
o que sinto, ouço, vejo.
Absorvo poesia
no que existe
e no que insisto
em imaginar, criar.
Sou poeta.
Por meus olhos,
imersos no interno,
brota o néctar dos versos
e o meu sorriso,
dentre seus bons
e perversos brilhos,
reflete-se em palavras
nos meus manuscritos!
Ah!... Caminho doce das letras,
em meu livro,
que pisam em pergaminhos!
Que um espinho
com sangue na ponta
seja minha pena hedionda
qual usarei para escrever
minha sentença
em letras escarlates
sobre meu papiro:
— Escreverei até morrer!
Faz parte do meu ser!

-- Ludiro & Bilá Bernardes

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Vermelho da vida

Imagem: blog Escrevendo no Tempo

Vermelho da vida


O vermelho se desfaz
escondendo em um pano
que, firme, mente outra cor
dissolvendo-se dentre o branco,
a sorte de poder fingir ser
a mesma gama de dor
deste vermelho de pranto
parte de mim, se vai
parte de você se esvai
em sangues secos
na mistura quente,
outra pessoa sente a nossa força
mas, não vive a mesma raça
na velocidade que
lentamente o rosa contornou!
Em curvas loucas de aromas
Brotos de esperanças
Pétalas incolores,
ficou.
Rosa formou
o jardim das delícias provocadas
retraídas e apavoradas
por cores de malícias
vermelho de sangue, guerra
armadas como armadilhas
de frutos brotam sem razão
pensando ainda, botão
mas também de amor!
Segmento por sementes, se afloram
Puramente, no chão
Flor--
A brancura da paz, purificação...
Benção de cruz e luta
Deitados no solo,
Da nossa solidão
pura luz--
que em outras cores
decorou um mundo todo
conduz!
Estendeu-se o rosa
Mais uma vez
Contamos com o outro
Momento lúcido, separados
Somos
na mistura doida,
outra flora devassada
de outra vida
passada
rosa perfumada,
queremos a hora do cheiro
de todas as partes
do sistema
calma...
rosa da paz e do amor!
Que tem o breve recado
Obrigatório
De trocar estes lugares
Com as palavras certas
Pétalas com a nossa alma
E nosso sangue
Nas--
Pétalas com nosso sangue
e nossa alma!
-- Ludiro & Angela Regina

Irracial

Irracial

Meu sangue não tem cor!
Incolor,
Sem raça,
na igualdade,
mesmo que amor...
Sangue pulsante,
Livre,
Afro[disíaco],
Maníaco,
Sensível--
Liberto!!
Ludiro
08/07/2006

Lágrimas

Lágrimas

Minhas lágrimas escorrem,
salobras em meu rosto,
chegando em minha boca--
Lembrando teu gosto!
Lágrimas suaves,
Tristes e cálidas,
Por lástimas e...
Por conquistas.
Ainda estou vivo!
Ludiro
13/10/2006

domingo, fevereiro 04, 2007

Favo de mel

Favo de mel

Meus lábios ardentes
Sedentos
Devoram
Deliciosa(mente)
toda esta doçura--
o sabor da tua
Saliva quente.
Bebida dos deuses
Essência de Afrodite
Pura embriaguez.
Doce carne nua
Trago-te o céu
em minhas asas
Cubro-te com meu véu
Levo-te à lua
que se transfigura
Ao esplendor do amor
Totalmente teu.
Inteiramente minha
Trago-te por inteira
No coração,
na carne
nas minhas veias!
Aspiro-te os poros
sugo tua última gota--
Favo de mel
Perco-me em teu prazer
Sorvo o néctar do delírio
e entrego-me a este deleite
num gozo adocicado.
-- Ludiro / Benvinda Palma

sábado, fevereiro 03, 2007

Alegria ou Loucura

Alegria ou Loucura

Ora! Eu queria ouvir as estrelas...
Saber o que elas querem dizer,
Devem ter tantas coisas para falar...
Pois não param de piscar,
pular e cantarolar!
Se meus ouvidos fossem finos,
sensíveis o bastante,
confidências indecentes--
com elas compartilharia,
uma alegria!
Amizade confidente...
Uma linda e bela
estrela cadente--
fugiria conseqüente!
Eu, aqui na terra,
Impotente!
Seria preso, internado,
tachado de maluco,
doido, pirado,
por ficar parado,
no meio da rua,
falando o que não deve,
sem ter ninguém ao lado!
Ludiro
08/06/06